Projeto Entrelaços do Coletivo Muié do Riso estreia no Youtube
Com incentivo cultural emergencial da Lei Aldir Blanc, o número circense é em formato digital com a temática do feminino e as consequências causadas pela pandemia da covid-19, dentro de um cenário dominado pelo patriarcado capitalista.
Com estreia gratuita marcada para dia 28 de abril, no Canal de Youtube Coletivo Muié do Riso, o vídeo que registrou todo o processo de criação desse projeto terá duração média de 20 minutos e foi captado e está sendo editado por Andréia Miklos.
Contando com a direção de Sandra Santiago, produção e iluminação de Luciene Araujo e figurinos de Marcela Faria, as integrantes do Coletivo Muié do Riso montaram 13 cenas em cinco semanas de ensaios no Teatro Novo Ato, costurando narrativas envolvendo as diversas situações vividas pelas mulheres durante o período pandêmico, transitando entre ficção, sonho e realidade através das artes circenses.
Através do artifício espetacular e do lúdico próprio das artes circenses, com performances em aparelhos aéreos, dança e malabares, Entrelaços também se mostra relevante para o cenário cultural independente, principalmente no que se refere à arte feminina.
SAIBA MAIS…
Formado em 2018 por mulheres artistas vindas de diversas localidades da América Latina que confluíram na cidade de Goiânia, o Coletivo Muié do Riso surgiu como um movimento de apoio e fomento a artistas mulheres na capital.
Desde sua criação, o coletivo vem se dedicando a promover eventos e apresentações culturais, estimulando a valorização de produções e parcerias com outros coletivos femininos.
O mais importante deles, o “Reborda com as Muié”, realizado no dia 9 de março em comemoração ao dia da luta feminista já teve duas edições, com a presença de artistas femininas de vários segmentos.
Como debater o mundo, e o feminino na sociedade faz parte do histórico do coletivo, e do próprio fazer artístico não poderia ter sido diferente em tempos de pandemia.
Privadas do direito de expressarem suas artes durante a fase de isolamento social no palco favorito de todas elas: a rua, elas então desenvolveram o Projeto Entrelaços que recebeu o incentivo cultural emergencial da Lei Aldir Blanc na categoria arte feminina para se apresentarem na internet.
Entrelaçando narrativas
O Projeto Entrelaços surge então da necessidade urgente de falar sobre essa crise vivida não só pelas integrantes do Coletivo, como também para muitas mulheres no mundo: isolamento, julgamentos, sobrecarga, invisibilidade, opressão e violência. Assim como sobre a esperança em sonhar por um mundo mais justo e igualitário.
Um relatório feito pelo Banco Mundial, “Women, Business and The Law 2021”, revela que a pandemia prejudicou de forma desproporcional as capacidades sociais e econômicas das mulheres. Quando se trata de riscos econômicos e a perda da empregabilidade as mulheres estão mais vulneráveis que os homens. A retomada do mercado de trabalho também tem ocorrido de forma desigual.
Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ao mesmo tempo em que entre abril e novembro de 2020 foram criadas 230 mil vagas formais de empregos para homens, as mulheres perderam quase 90 mil postos de trabalho. As mulheres foram expulsas do mercado de trabalho em maior medida que os homens.
Além destas desigualdades econômicas, muitas mulheres se encontram impossibilitadas de retornar ao mercado de trabalho, muitas se viram obrigadas a assumir o cuidado de outras pessoas, sejam pais ou filhos.
O fechamento de escolas e creches fez com que muitas mulheres ficassem sobrecarregadas, dificultando as suas chances de zelar por sua autonomia.
Por outro lado, os indicadores mostram um aumento da violência de gênero por conta do confinamento. A necessidade de distanciamento social faz com que muitas mulheres estejam à mercê de potenciais agressores no espaço doméstico. Sem falar nos danos mentais causados por este cenário.
Esse risco de um retrocesso no avanço das mulheres na luta por direitos também é um dos fatores motivadores de Entrelaços que traz no seu cerne as transformações ocorridas na rotina das mulheres durante o período pandêmico e como essas mudanças acentuaram as diferenças de gênero e a perda de direitos.
Conheça as integrantes do Coletivo Muié do Riso envolvidas em Entrelaços
Ficha técnica:
Produção executiva e Iluminação: Luciene Araujo
Direção: Sandra Santiago
Áudio visual: Andréia Miklos
Fotografia: Tainara Mendes
Figurinos: Marcela Faria
Comunicação: Julianna Santos
Artistas Circenses: Alejandra Martínez Arango
Lays Tavares de Magalhães
Linda Granados
Luana Beatriz Silveria
Margaret Guerrero
Rocio Caeiro Acuna
Susana Santos
Este projeto foi contemplado pelo Edital de Arte Feminina Aldir Blanc – Concurso nº 15/2021- SECULT-GOIÁS – Secretaria de Cultura – Governo Federal
Serviço:
Estréia Entrelaços – Coletivo Muié do Riso
28/04 – Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC4CZOsqv8TccmeEKh91uKdw